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quinta-feira, 20 de novembro de 2008

DO JEITO QUE SATANÁS QUIS




Ainda no desfrute do paraíso, Eva atenta, ouviu as determinações dadas por Deus sobre o fruto proibido.

O problema deu-se em outro momento, ouvindo o que já sabia, só que sob a animada versão de uma falante serpente que saracoteava à sua volta. 

Notando que havia conseguido a atenção da mulher que, aliás, era toda ouvidos, as coisas ficaram mais fáceis para as enrustidas intenções satânicas.

Bastou um relato bem arquitetado para aguçar o paladar da mulher.

Bastava uma simples mordidinha no fruto para o plano se concretizar.

Com a resistência combalida, Eva capitulou,  abocanhou o fruto com tal gosto que a saliva se lhe escorria queixo abaixo.

Como nada de extraordinário aconteceu, a doida logo começou a acreditar. 

A mentira da serpente era verdade; mentirosa era a verdade de Deus.

Foi essa a convicção que o capeta enrustido quis fixar na mente da crédula mulher. 

E conseguiu.

E o que fez dona Eva, toda senhora de si?
    
Dirigiu-se ao marido - Adão, o caladão - com desfaçatez, ofereceu-lhe do apetitoso fruto proibido alardeado pela serpente.

O bobalhão, sem a nada questionar, abriu sua bocarra e saboreou com gosto o néctar proibido por Deus.

A partir daí, as coisas começaram a mudar.       

Algo hediondo aconteceu, o que parecia apenas um episódio de menores proporções, teve o condão de afetar a raça humana e o mundo por inteiro.

Uma coisa temos que convir, a coitada da Eva foi tapeada a ponto de comer do fruto, mas Adão não, mil vezes não, o homão comeu com consciência.

Não houve necessidade de nenhuma influência, por mais satânica que fosse para induzi-lo a uma leve e gostosa bocadinha.

Ao mandar para dentro o fruto proibido, Adão fez a deliberada opção de desobedecer a Deus. 

Saiu da graça; caiu em desgraça.

A queda o levou à expulsão do paraíso e à uma escuridão que lhe era completamente desconhecida.

E com uma agravante: A escorregadela seria fator preponderante de terríveis conseqüências à humanidade.

O caladão e estulto Adão, proclamou sua independência de Deus.

De forma bisonha, bandeou-se para o lado  inimigo que, não estava nem aí com ele e nem com sua bela mulher.

Uma coisa ficou certa, ambos, agora, não tinham mais ninguém para lhes dar qualquer tipo de cobertura, afeto ou proteção.

Com isso levaram de roldão a humanidade inteira para a perdição.

O maquiavélico plano deu certo, saiu do jeito que Satanás quis.

O mundo agora estava oficiosamente sob jurisdição do capeta que, soberano, guindou-se à posição de autoridade global, como se fosse o deus deste século.

Este nojento cenário prevalece em nossos dias, somos, sistematicamente, enganados pela falsa moralidade imposta pela sociedade de forma imperceptível, reservando  os maiores favorecimentos a tão terrível impostor.

Pisamos em ovos, prendemos a respiração, e nos cercamos de cuidados mil, porque sabemos que o poderoso vilão arfa à nossa volta bramando como um leão buscando a quem possa tragar.

Tudo saiu do jeito que Satanás quis.

É ele que ainda hoje, dá as cartas por aqui, com o rigor de sua pesada mão de ferro.

Ainda bem que há maneiras para não cair, no engodo de tão abjeta criatura.

A primeira é: Nunca olhar para as coisas como Satanás     nos demonstra - são miragens.

A segunda é: Nunca crer nas coisas que Satanás faz - são enganos.

A terceira é: Nunca fazer as coisas que Satanás manda -   são trapaças.

O malvado que desde o princípio só engana, continua sua maléfica tarefa de confundir a humanidade, sem parar.

Com toda certeza, ele há de dobrar, triplicar, quadruplicar, seu empenho para os tempos vindouros.

Foi assim e assim tudo continuará.

Do jeito que Satanás quis.


                                        TÉRCIO PAIVA FARIAS